O Profeta Daniel previu o ano exato em que o Messias apareceria

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.” (Daniel 9, 25-26)

As “semanas” a que Daniel se refere não se tratam de semanas comuns, mas de “semanas de anos”, no sentido de Lv 25,8. Ao afirmar que o Messias apareceria 69 semanas de anos (7+62) após a emissão do decreto para a reconstrução de Jerusalém, o profeta dizia, portanto, que Ele apareceria 483 anos (69 x 7) após a emissão deste mesmo decreto. Ora, o decreto de Antaxerxes I para restaurar Jerusalém foi emitido no ano de 457 a.C., ano em que Esdras retornou para Jerusalém (cf. Esdras 7,7-8). Logo, o ano previsto para a aparição pública do Messias era o ano de 26 d.C., ano em que Jesus de Nazaré foi batizado, dando início a sua vida pública (cf. Lc 3,1)[1].

Depois disso, Daniel previu ainda que o Messias seria morto (“cortado”), não para si mesmo, mas para a salvação de muitos (“não para si mesmo”, cf. Is 53,12), e, como punição, Jerusalém seria novamente destruída pelo “povo do príncipe”, isto é, os romanos, que são chamados de seu “povo” seja por sua futura conversão à Fé, seja por terem sido enviados por Ele como Seu instrumento de julgamento (cf. Mt 22,7: “Enviou suas tropas, matou aqueles assassinos e incendiou-lhes a cidade”). A queda de Jerusalém é ainda comparada a uma  “inundação”, símbolo vetero-testamentário que indica a completude da catástrofe (Sl 90: 5; Is 8: 7, 8; 28:18; “não sobrou pedra sob a pedra”).

O cumprimento dessa profecia – feita séculos antes da vinda de Cristo – destrói as falácias dos judeus contra o testemunho de Jesus. Afinal, como argumenta o Padre Gustavo Loscher, S.J.: “Ora, quem pode prever acontecimentos e atos humanos futuros que dependem da livre vontade do homem? Só uma inteligência infinita, Deus. Mas é impossível que Deus, a verdade personificada, com tão maravilhosas predições dê crédito a um impostor. Logo, Jesus, em quem se cumpriram as profecias, é o verdadeiro enviado de Deus, o Messias, e sua afirmação principal: “Eu sou o Filho de Deus” é por Deus mesmo comprovada como verdadeira.” (Pe. Gustavo Loscher, Conferências sobre a Graça e a Fé).

Notas:

[1] A linha do tempo do ministério de Jesus e sua vida pública começa com o batismo de Jesus por João Batista no décimo quinto ano do imperador romano Tibério, de acordo com Lucas 3: 1. João Batista inicia seu ministério público na primavera de 26 dC com o chamado ao arrependimento na região do rio Jordão, de acordo com Lucas 3: 1-14. Tibério César iniciou seu reinado conjunto com Augusto em 1 de julho de 11 dC. Isso claramente coloca essa época do ano para o batismo de Jesus no final do verão de 26 dC.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas postagens
Confira também
Canal no YouTube
Confira nossas postagens no YouTube.
Continue Lendo

Artigo Relacionado

Via Sacra

A oração do terço, ao pedir a intercessão de Nossa Senhora para as graças de cada mistério do Rosário, não busca milagres a cada dezena, mas iluminação. Busca compreender, ao meditar nos mistérios, como viver as virtudes exemplificadas por Maria. O terço influencia nossa vida, assimilando virtudes pela meditação. A Via Sacra, após a Missa e o Rosário, destaca-se na devoção católica. Ela ensina sobre a Paixão de Cristo e sua aplicação na vida católica. As estações oferecem reflexões sobre virtudes, arrependimento e amor a Deus, seguindo o exemplo de Jesus e Maria.